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© 2024 FundiRoaD – Roteiro para a Descarbonização do Setor de Fundição
Líder do Projeto: APF – Associação Portuguesa De Fundição
APF - Associação Portuguesa de Fundição
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O Projeto FundiRoaD

O projeto FundiRoaD pretende promover a aceleração da transição do setor de Fundição para uma economia neutra em carbono.

Explicação do projeto

FundiRoaD - Roteiro para a Descarbonização do Setor de Fundição em Portugal

Em estreito alinhamento com os objetivos nacionais de redução de gases com efeito de estufa (GEE) até 2050, o FundiRoaD pretende alavancar a Transição Energética e a Descarbonização do setor em Portugal.

O FundiRoaD visa promover uma mudança de paradigma na utilização dos recursos, através da capacitação das empresas do setor nesta temática, materializando as medidas do PNEC 2030 e RNC 2050, procurando potenciar a aceleração da transição do setor de fundição para uma economia neutra em carbono.

No curto prazo, pretende-se que a Indústria possa contribuir para uma redução de GEE de 23% em 2025 e 30% em 2030 (face ao referencial de 2005), pela adoção de medidas ambientalmente sustentáveis. Destaca-se ainda o contributo definido para o setor industrial no grau de incorporação de energias renováveis no consumo de energia (47%) e na eficiência energética (redução de 35% no consumo primário), cumprindo com as recomendações especificamente definidas para Portugal.

O Roteiro pretende, por isso, ser o documento base para o alinhamento estratégico do setor e ser um contributo para a Descarbonização, Transição Energética e Sustentabilidade, permitindo estimular a adoção de práticas inovadoras e mais sustentáveis por parte das empresas, a sua qualificação para um uso mais eficiente e eficaz dos recursos materiais e energéticos, mas também na utilização das tecnologias digitais inovadoras da Indústria 4.0 rumo à transformação digital.

Atividades do projeto

As atividades do projeto FundiRoaD irão desenvolver-se ao longo de 2 anos.

O projeto terá a duração de 2 anos (24 meses) e incluirá atividades sequenciais de índole técnica que irão potenciar a descarbonização do setor. Estas incluem, numa primeira fase de prospeção e diagnóstico do setor, enquadrando-o a nível nacional (indicadores de desempenho económico, ambiental e quadro regulamentar), seguindo-se a sua caraterização a nível tecnológico, energético e ambiental e uma análise de benchmarking tecnológico e de inovação no setor.  Numa fase posterior (a partir do M9), e com base nos resultados das atividades anteriores, será desenvolvido um plano estratégico para descarbonização no setor (vetores de descarbonização e plano de ação), seguindo-se a elaboração de cenários e modelação de emissões. Paralelamente, e durante todo o projeto, serão realizadas atividades para a discussão, divulgação e capacitação de recursos, nomeadamente ações de capacitação junto das empresas, bem como uma série de atividades de comunicação e disseminação (eventos do projeto, workshop, newsletters).

Atividade 1

Enquadramento do setor de fundição na economia nacional.
Pretende analisar a contribuição do setor de fundição para a economia, contextualizando-o e analisando os seus indicadores de desempenho. Nesta sequência, será desenvolvido um enquadramento do quadro legal, regulamentar e político que nos ajudará a entender o alinhamento do Roteiro com os objetivos de Descarbonização da economia, considerando as políticas atuais.
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Atividade 2

Caraterização do setor de fundição.
Pretende caracterizar os processos e tecnologias utilizados, tendo em conta a determinação dos rendimentos e consumos específicos associados. Será também desenvolvida uma avaliação para entender a maturidade, assim como a caracterização energética e das emissões de referência do setor nos anos 1990, 2005 e 2020. Através desta caraterização será mais fácil perceber o tipo de medidas que deverão ser adotadas pelo setor com vista à descarbonização dos processos de fundição.
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Atividade 3

Análise de benchmarking.
Pretende analisar as oportunidades de otimização energética atuais e em desenvolvimento e entender quais as tecnologias de descarbonização que melhor se alinham com os objetivos do setor de fundição. Também serão analisadas medidas de economia circular, de melhoria ambiental, recursos hídricos, assim como definidas as trajetórias tecnológicas para a transformação do setor. Por fim, analisar-se-á quais os investimentos necessários por parte do setor de fundição para atingir a neutralidade carbónica e quais a políticas públicas que podem alavancar este processo.
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Atividade 4

Plano Estratégico para a Descarbonização.
Analisará os vetores de descarbonização do setor, de forma a definir planos de ação para o cumprimento de objetivos. Os vetores de descarbonização do setor de fundição passam pela diminuição do consumo de energia que decorrem de práticas de eficiência energética quer ao nível da exploração dos sistemas, quer pela adoção de tecnologias mais eficientes e pela integração de energias de fontes renováveis (transição energética).
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Atividade 5

Elaboração de cenários e modelação de emissões.
É centrada na elaboração de cenários e modelação de emissões previsão de evolução do setor até 2050. A articulação entre a procura e a oferta do setor para a descarbonização da economia será acompanhada de uma análise das políticas e incentivos a empreender para a concretização dos objetivos de neutralidade carbónica, pela auscultação dos organismos responsáveis a este nível.
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Atividade 6

Discussão, divulgação e capacitação de recursos.
No âmbito do Plano de Comunicação, inclui-se uma série de ferramentas e canais de comunicação e disseminação das atividades do projeto e dos resultados alcançados: Identidade Visual; Newsletters; Redes Sociais e Website. Serão também disponibilizadas ações de formação e workshops, por forma a que as empresas que venham a executar Planos de Descarbonização tenham à sua disposição formação para os seus trabalhadores, contribuindo assim para o sucesso da implementação das medidas para redução dos GEE.
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Estas ações de formação serão parte integrante do Plano para o pós-projeto (continuação do roteiro). No final do projeto será desenvolvido um plano de comunicação para potenciar a continuação da implementação do roteiro de descarbonização do setor após o término do projeto financiado, atualizando os objetivos, públicos-alvo, ações e ferramentas para esta prossecução em função dos resultados e ações do projeto e as metas definidas para a descarbonização.

Metodologia

Execução de um conjunto de atividades que permitirão contextualizar o histórico de atividade do setor e o enquadramento do cenário atual

O setor de fundição é altamente intensivo em energia, particularmente no processo de fundição, responsável por cerca de 40 a 60% do consumo global de energia, a que está associado também emissões significativas de dióxido de carbono (dependentes do tipo de metal e tipo de forno utilizado). A energia necessária para a fusão de metais varia entre 500-1200kWh por tonelada de metal para metais ferrosos e de 400-1200kWh por tonelada de metal para o alumínio. Neste projeto serão exploradas as Melhores Técnicas Disponíveis (MTD) que refletem a evolução tecnológica e novos processos de fabrico que permitirão o estabelecimento de referenciais de benchmarking.

A metodologia operacional que se perspetiva para a concretização deste roteiro, assenta na execução de um conjunto de atividades que permitirão contextualizar o histórico de atividade do setor e o enquadramento do cenário atual de partida como drivers para a descarbonização que se pretende num horizonte até 2050. Integra também as atividades que permitirão a sua adoção pelo setor.

Com base na previsão da evolução da tecnologia rumo a uma economia descarbonizada, com um sistema eletroprodutor de base fortemente renovável, será explorado no Roteiro de Descarbonização do setor de fundição o potencial de eletrificação de processos e da utilização de recursos de origem renovável, a par da redução do consumo de gás natural que surge como um combustível de transição na eletrificação dos processos. A exploração de tecnologias mais inovadoras do ponto de vista energético e ambiental, a par do aumento da robotização e a transformação digital numa indústria 4.0 irão igualmente contribuir para a descarbonização do setor em linha com a neutralidade carbónica em 2050, que se pretendem avaliar no Roteiro.

Serão exploradas as oportunidades de inovação e de novos modelos de negócio no setor, relevando-se o papel da economia circular e da eficiência de recursos na criação de soluções inovadoras, eficientes, verdes e com emissões próximas de zero.
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A promoção da transição energética na indústria, a incorporação de processos de produção de baixo carbono que promovam a inovação e a competitividade e a adoção de tecnologias digitais na prossecução dos objetivos de sustentabilidade constituirão áreas de intervenção que se pretendem consolidar.
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O Roteiro do setor irá contemplar uma análise das trajetórias de emissões de GEE para atingir a neutralidade carbónica do setor apoiada em exercícios de modelação, com análise de diferentes cenários macroeconómicos confrontando a viabilidade técnico-económica das tecnologias e processos e a evolução da sua maturidade tecnológica ao longo do tempo.
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Serão elaborados um conjunto de exercícios de modelação e de prospetiva para o horizonte 2050, com abordagens de médio prazo [até 2030], em que são tidos em conta os principais drivers de política climática europeia, em particular os objetivos previstos de redução de emissões de GEE para Portugal, bem como investimentos nacionais, realizados ou em curso, com impacto direto naquelas emissões e abordagens de longo-prazo [2030-2050], em que se perspetiva a possibilidade de saltos tecnológicos significativos na produção e no uso de energia, e de alternativas energéticas, em função da respetiva competitividade em termos de custo-eficácia.
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O Roteiro para o setor de fundição efetuará uma avaliação do potencial de redução de emissões de CO2 do setor nacional relativamente aos marcos de 2025, 2030 e 2050, tendo por base o grande objetivo que é o de se atingir a neutralidade carbónica em 2050 e tomando como referência os anos 1990 e 2020.
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Serão identificadas as medidas que permitirão alcançar reduções substanciais de CO2, as trajetórias tecnológicas que acompanharão essa jornada, os investimentos que se prevê realizar, bem como as políticas públicas de suporte que permitirão a sustentação de uma trajetória rumo à neutralidade carbónica, assim como em colaboração com o CINFU serão propostos os cursos de formação que se mostrem adequados à prossecução desta estratégia e que estarão disponíveis para qualquer empresa do setor.
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A análise do potencial de redução das emissões de CO2 do setor da fundição nacional levará em consideração do ponto de vista tecnológico as medidas propostas nos documentos de referência BREFs – Best Available Techniques Reference documents  aplicáveis ao setor e outras fontes de referência.

O plano de ação do Roteiro englobará o diagnóstico da situação de partida das empresas do setor a nível nacional, para definição das áreas prioritárias de atuação no âmbito da descarbonização que passará pela caraterização fina do setor com o enquadramento da relevância do setor na indústria nacional nos vários domínios de atividade.

No plano de descarbonização do setor serão dinamizadas atividades que irão permitir apoiar os gestores das empresas a traçar os seus próprios Roteiros individuais de implementação de soluções para a descarbonização, através da criação de planos de ação específicos que permitam o alcance das metas de descarbonização para o setor, com suporte nas iniciativas de financiamento adequados às estratégias de investimento.